terça-feira, 6 de dezembro de 2016

do recordar e do viver



“Like all great travelers, I have seen more than I remember and remember more than I have seen.”


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

das estrelas cadentes

tenho andado tão ocupada com tudo que dou por mim parada no tempo a pensar literalmente em nada.
26 anos, novo emprego há cerca de um ano, uma promoção na cartola, uma equipa para gerir e mil coisas para aprender. viagens para planear, histórias para escrever e tanta, tanta coisa boa para dar aos outros e ao mesmo tempo receber.
por agora fico-me por esta(s) músicas fantástica (s).
só para não dizer que não venho cá escrever nada, tá bem? :)



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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

dos saltos no escuro e do crescer


há um ano atrás sentei-me a uma secretária a ouvir uma carrada de novos conceitos e, sem perceber nada de nada, fiquei a pensar se não teria cometido um grande erro ao saltar de cabeça para um projecto novo e incerto. semanas depois, com a formação teórica feita, fui atirada aos lobos, assinei um contrato e o meu coração sossegou - ''quem muda, Deus ajuda''.
recebi há dias a notícia de que vou ser promovida.
nem tudo é um mar de rosas, mas crescer tem um ar cada vez mais apetecível!
um brinde à idade adulta - e aos riscos que tomamos. cheers.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

do coração em chamas

tenho uma sagres radler no colo e o coração em chamas.
este ano passou a correr e trouxe-me tanta coisa boa e diferente que nem sei bem por onde começar.
tenho 26 anos. nunca pensei poder ultrapassar o quarto de século e continuar a poder sentir-me uma adolescente incapaz de tomar conta sequer de um hamster - mas é possível.
está prestes a fazer um ano que mudei de um emprego onde estava há sete e já fez um ano que tirei a carta - se me estiverem a ouvir senhores polícias, estou com a sagres no colo porque não pretendo pegar mais no carro hoje.
este ano fiz três viagens - desde visitar amigas a percorrer 7 países em 13dias, este ano serviu para respirar europa fora e ainda há planos para mais uma escapadela em Outubro. (e não vou nem falar dos planos para 2017 que até fico tonta!)
estou solteira. e digo finalmente isto com uma certeza como nunca disse. porque se com 18 anos me pavoneava pela faculdade senhora de mim, do meu tempo e interesses, e emprego e faculdade e praxe e amigos, a verdade é que nunca estive verdadeiramente só comigo mesma, havia sempre aquela mensagem, aquele date, aqueles amassos. e com os 26 anos vieram os critérios e a paz de saber que estar solteira é uma escolha que fiz com toda a consciência do que isso implica - a vida não foi amiga nesse campo mas, felizmente, penso já ter conseguido aprender que há confusões que podemos evitar, por mais apelativas que nos pareçam.
já vivi grandes histórias, conheci homens incríveis, tive loucas declarações de amor e gestos que ainda hoje recordo com os olhos a brilhar. desde o retrato que me fizeram quando tinha 17 anos à bola de berlim que me deram numa noite qualquer em que me incentivaram pela primeira vez a ligar um carro e conduzir -  novamente, senhores polícias, se me estiverem a ouvir, eu não conduzi propriamente, porque o carro foi logo abaixo, ok?
neste momento, escolho estar sozinha por não ter sede de grandes histórias ou gestos. neste momento escolho-me a mim em prol de uma história.
porque o retrato ainda o guardo e a bola de berlim diluiu-se algures entre a celulite das coxas, mas é ao meu coração em chamas que devo todos os dias a sorte de sentir e estar viva.
e neste ano que passou, o ter estado sozinha permitiu-me arder ainda mais e conhecer o mundo e fazer planos e projectos e curtir a juventude que está a desaparecer ao virar da esquina.
tudo tem o seu tempo - e este ano foi o meu.
talvez volte a sede louca de mais uma história que me quebrará em cacos, mesmo eu dizendo agora que aprendi não a ter certezas, mas sim a reconhecer e fugir das dúvidas.
quem sabe? por agora, fico eu e o meu coração em chamas, refrescados por uma sagres radler numa tarde de verão, pós laboral, e que bem que sabe não ter medo deste silêncio. que bem que sabe.

domingo, 24 de julho de 2016

do outro lado da europa

e passado 13dias, voltei.
mais velha, mais preenchida, mais feliz.
quiçá menos sábia ou menos importada em querer saber, talvez.
celebrei os meus 26 anos num restaurante perdido numa ilha, a soprar uma vela solitária numa fatia de tarte viennetta e a rir às gargalhadas por ser o aniversário mais eclipsado de sempre.
no fundo não precisamos de muito para sermos felizes: só de boa companhia, uma mochila às costas e um mundo por descobrir.


feliz 26º aniversário a mim!


sábado, 2 de julho de 2016

domingo, 19 de junho de 2016

do tempo #53

tenho uma experiência incrível marcada para daqui a menos de um mês e ainda não sei bem se acredito que vai finalmente acontecer.
vou sair do quarto de século e completar 26 anos.
[porra, estou velha,]
26 anos requer muita responsabilidade e vida de adulto e bla bla bla - e felizmente, a par de todas essas responsabilidades e coisas chatas que agora tenho também na minha vida, está na altura de viver uma grande aventura que há muito tempo aguardava, adormecida.

até já, Julho.


be still
wild and young
long may your innocence reign
like shells on the shore
and may your limits be unknown
and may your efforts be your own
and if you ever feel you can't take it anymore

don't break character
you've got a lot of heart


segunda-feira, 13 de junho de 2016

dos novos mundos no mundo

... e de mais uma trip das cegas.














do tempo #52

voltei de um fim de semana espetacular e estou neste momento com uma taça de cereais no colo a ver o ultimo episódio de game of thrones.
na mala trago chocolates, mais um íman de frigorífico, folhetos de monumentos, uma t-shirt estampada e rótulos de cerveja. acima de tudo, trago mais a certeza de que amizades com tanto tempo não se deixam matar pela distância - e que viajar é, sem dúvida alguma, a melhor forma de gastar o nosso dinheiro.
voltei de um fim de semana espetacular - mala desfeita e coração cheio.


(e se correr tudo bem) Julho me aguardeeeeee!

terça-feira, 7 de junho de 2016

de quando a vida se resolve a si mesma

quando uma amiga vê, sem ser vista, um dos nossos ex-qualquer-coisa  numa esplanada qualquer com a sua actual companheira de vida (!!!) e - por entre uma água com gás ou quiçá um café, telemóveis com dados móveis ligados e óculos de sol na cara - nenhum deles troca uma palavra durante quase meia hora

...

podemos rir-nos da sorte e agradecer à amiga a cusquice ou será motivo para ficar preocupada?
às tantas vou enviar por correio um livro do Gustavo Santos ou assim - afinal de contas, pelos vistos há pessoas que precisam de auto-ajuda para serem felizes.



*post escrito em parceria com Ironia e Sarcasmo, uma pitada de Humor Negro e Fé nas Amizades

segunda-feira, 6 de junho de 2016

do tempo #51



de costas voltadas não se vê o futuro
nem o rumo da bala
nem a falha do muro
e alguém me gritava, com voz de profeta,
que o caminho se faz entre o alvo e a seta



terça-feira, 31 de maio de 2016

dos pedaços de nós que nascem

Gosto de pensar que, por muito decididos que pareçamos, andamos todos repletos de dúvidas.
Que cada decisão, cada escolha, é mais um pedaço de nós que morre e nasce ao mesmo tempo, aniquilando algo que, em prol da outra coisa que se escolhe, não vai poder existir.
É lixado isto de decidir o que quer que seja. Começa pelo drama feminino de escolher a roupa certa a combinar com o salto alto, passa depois por decidir beber mais aquele copo (aquele último copo que nos vai fazer enviar sms a quem não devíamos e consequentemente arruinar a noite), talvez um dia passe por escolher o sítio onde queremos casar ou qual o melhor infantário para os nossos filhos. Nunca há certezas porque, simplesmente, não há uma única solução e é isso que nos torra os miolos e nos assusta pra lá de muito.
Às vezes, grande parte das vezes, temos de escolher o melhor para nós. E como pensar em nós primeiro se tornou algo tão criticável e egoísta, torna-se uma cruz demasiado pesada para carregar isto de se tentar ser alguem justo e verdadeiro.
Eu, que já senti na pele o efeito de ser tãããão egoísta (!!!), estou neste momento a gozar da liberdade de ser o que bem me apetecer. De estar com que quiser, vestir o que quiser, trabalhar como quiser, viajar para onde quiser. Tenho vinte e cinco anos, a mente cheia de dúvidas e talvez alguns arrependimentos por caminhos que segui, mas no fim tudo me conforta por saber que fiz o melhor que pude com o que sabia.
E esta treta toda de ser punível pensar em nós primeiro só me dá vontade de rir. Talvez não sejamos todos talhados para a mesma coisa. Talvez nem todos consigamos a proeza de pôr o outro sempre à frente da nossa felicidade e talvez por isso conseguir construir a tão almejada família e futuro. Talvez isso não seja, de facto, aquilo que eu quero e preciso - quem sabe? Se acontecer na minha vida, será porque me faz feliz, não porque tem de ser.
Porque a decisão que tomei no último ano foi essa mesma: se acontecer na minha vida, (estamos obviamente a falar das escolhas que posso fazer), será porque me faz feliz.
E feliz é o que estou agora. :)

segunda-feira, 23 de maio de 2016

dos hellos

voltei hoje de um fim de semana tão intenso - entre memórias, gargalhadas, lágrimas, jantares, bebedeiras, encontrar pessoas que não queremos ver e muiiiiita partilha - que ainda não estou preparada para a 2a feira.
a Adele canta para caraças, sabiam? e acho que nunca tinha chorado tanto num concerto (e neste caso, cerca de 90% dos espectadores deve poder dizer o mesmo),
o concerto mais triste e feliz de sempre.
tão bom!

sábado, 14 de maio de 2016

domingo, 1 de maio de 2016

dos escoceses em frança

toda a gente tem séries em que seja viciado. eu (in)felizmente tenho algumas e uma das mais recentes estreou agora a sua segunda temporada.
OUTLANDER além de ter o sarcasmo, o romance, as personagens fortes, os diálogos incriveis, as paisagens escocesas e aquele toquezinho histórico, tem esta carinha laroca capaz de fazer derreter o maior cubo de gelo.


"I am ready" 
em francês arcaico, nunca soou tão bem.


segunda-feira, 25 de abril de 2016

dos (novos) regressos

amanhã já volto ao trabalho depois de uma semana de férias que revitalizou tudo o que estava morto  - ou adormecido, va -  em mim.
nada que apanhar um avião não resolva, certo?
agora vou ver game of thrones e preservar o sorriso nesta carinha laroca!

segunda-feira, 11 de abril de 2016

das dores de corpo e de alma

'' Não me venham dizer que o sofrimento é insuportável, porque não é. Quem não preferia morrer de amor? O que são na saudade, o desespero, e a angústia, comparados com um cancro na garganta? Os nervos devem estar muito mal distribuídos: para aí 90% para o corpo, 10% para a alma.
O que sempre são 10% a mais, mesmo assim.''

in O AMOR É FODIDO, M.E.C.



P.s.: Estou viva ainda. já sem medicação, de volta ao trabalho e com alguma fisioterapia e nataçao pela frente. Com calma isto vai ao sítio - até porque para a semana sou eu que vou para outro sítio, já que as férias estão a chegar, finalmente!

sexta-feira, 25 de março de 2016

dos pulsos que provavelmente também vão pertencer a museus

hoje fiz uma nova visita às urgências.
exame atrás de exame, medicamento atrás de medicamento, estou cada vez mais convencida de que nem eles sabem como me tratar,
depois de mais um catéter - no pulso, porque apesar de já terem passado 10 dias o braço ainda não esta bom! - espero finalmente descansar.
ja disse que não durmo há 5 noites? e nem me atrevi a tirar o penso do pulso ainda.
até amanhã.

domingo, 20 de março de 2016

dos ombros que são património da humanidade

ja fui ao médico mais 2 vezes e é óbvio que estou de baixa, né?
uma tendinite no ombro era o que vinha mesmo a calhar.
isso e dormir sentada só 2horitas por noite e andar tão drunfada que, mal a dor abranda, adormeço sentada a meio de uma sms.

como podem imaginar, ando extremamente bem disposta.
PUTA QUE PARIU.

quarta-feira, 16 de março de 2016

dos braços que pertencem a museus

fodi um ombro sem saber como.
segunda feira acordei cheia de dores mas, habituada às contraturas nas costas e à escoliose a a essa merda toda, fui trabalhar sem dar grande importância e a pensar que um voltaren resolvia tudo como sempre,
durante a manhã adoptei uma posição de quasimodo meets T-Rex e fui definhando cada vez mais até ir à farmácia e voltar com um voltaren em pomada que esfreguei esfreguei esfreguei. puta que pariu, vou deixar de tomar isto que nada resolve.
comecei a ficar preocupada por não poder conduzir, pedi para sair mais cedo e liguei ao meu pai que me levou ao centro de saúde ''menina so fechamos às oito mas já não temos consultas'' e eram três da tarde ''e agora?'' perguntei ''agora pode esperar pelos sasu que abrem às oito'' ahahah que piada, eu já com uma contratura no trapézio e no pescoço, lá fui eu para as urgências com o meu pai a maldizer o país e eu maldizer a puta da triagem que vê uma moça de 25 anos e acha q não pode estar a doer assim tanto por isso pega lá uma pulseira verde. fui atendida eram 16h30, ja tinha mandado o meu pai embora porque há quem tenha de trabalhar, raio-x que não acusa nada - mas porque é que me mandaram para ortopedia quando eu disse q sentia o músculo inflamado? - toca de ser observada pelo médico e de ser prescrita com brufen e um relaxante muscular. antes de ter alta levei uma pica no rabo com mais relaxante e um catéter com anti inflamatório que é para aprender a não ir para as urgências dar trabalho.
voltei a pé para casa e ainda parei na farmácia para ir buscar os comprimidos prescritos, e em conversa com amigos descobri que o relaxante que me deram para tomar com o brufen afinal é valium e por isso é que o médico reforçou a ideia de tomar só antes de dormir (que isto de ir trabalhar drogada é capaz de não ser boa ideia). já estava tão melhor que dormi como um bebé e acordei fresca como uma alface e  la fui trabalhar na terça feira (e buscar o carro que ficou no emprego, já agora). tirei o penso que tinha do catéter e descobri que tinha um braço que pertence a um museu porque esta que nem uma pintura de Monet, roxo verde azulado e cor de vinho, parece que fui completamente violentada quando só estive a receber medicação intravenosa durante quinze minutinhos. ''que lindas cores'' disse a minha mãe.
fora isso estava tudo muito bem até esta ultima noite ter acordado cheia de dores as 3h30, berrado interiormente PUTA QUE PARIU ISTO sem acordar os progenitores, ter ido comer qualquer coisa e enfiado um brufen pela goela enquanto aquecia uma botija de agua quente e esfregava o ombro com voltaren (ja disse que esta merda nao faz nada?). liguei para o emprego a avisar que não ia dar e passei o dia a tentar arranjar posição no sofá e a enfardar ferrero rochers.
são 22h, ja tomei 3 brufens hoje por isso fechou o tasco e tomei agora o valium a ver se adormeço para acordar finalmente melhor.

isto dos enguiços é mesmo verdade não é?
putas imbejosas.

domingo, 13 de março de 2016

dos balanços positivos

já vos disse que hoje esteve muito sol e que tive um dia muito bom?
e que vou acabar o domingo de manta a pôr as séries em dia, enquanto pinto as unhas e me afogo em bombons para ganhar entrar em grande na 2a feira?

depois de uma semana super calma no emprego, de ter saído para dançar duas noites, bebido uns canecos, ter estado com a família, com amigos que vieram de longe e outros que estão felizmente sempre perto, ter conhecido pessoas novas, ter jantado e almoçado fora (ele foi sushi, ele foi tapas, ele foi italiano!)... o que é que se pode pedir mais?!
caraças, há alturas tão positivas e semanas tão recheadas de coisas boas :)

boa semana!



faith has been broken, tears have been cried
let's do some living before we die 


domingo, 6 de março de 2016

dos domingos

ontem foi dia de fazer diferente, ser diferente e perceber diferente.
sejam todos os dias de coragem como o de ontem e vou certamente ser mais feliz.

hoje é dia de voltar a um porto seguro -
 e nada melhor do que Jeff Buckley e um punhado de covers inéditas. 



para ouvir aqui




quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

dos devaneios às 3h da manhã

é preciso dormir até às 14h num dia qualquer de chuva, ressacado por uma noite com os melhores amigos do mundo e a pior música de sempre ainda a bombar nos nossos ouvidos.
é preciso uma tarde ao sol numa esplanada, a aproveitar o dia, depois de ter ido correr a meia maratona, visitado um museu ou lido um livro novo.
é preciso ficar no sofá a ver séries e comer gelado directamente do balde e depois fazer salada de rúcula para o jantar e dizer mal da nossa vida por não conseguimos fazer a balança descer.
é preciso rir muito e chorar ainda mais, para nos voltarmos a rir das vezes idiotas em que choramos por um desespero ainda mais idiota.
é preciso acertar as horas de sono e perder tempo a vaguear pelas memórias, sabendo que dali a 3horas temos de acordar com boa cara para enfrentar mais um dia,
é preciso ser dia e é preciso ser noite.
é preciso a família e os amigos e os colegas que aturamos por obrigação para depois termos alma para olhar um sem abrigo nos olhos e não virar a cara.
é preciso conhecer extremos e fazer tudo diferente daquilo que conhecemos de nós, vestir a roupa do avesso, arrancar a pele e ser cobra cuspideira por um dia, ser amarelo quando sabemos que só gostamos de cinzento -  ser outra coisa que não o nós que conhecemos e permitirmo-nos o risco de ser, quem sabe, diferente e melhor.
é preciso amar.
a nós mesmos, a cada manhã com mais uma ruga plantada entre a bochecha direita e o sorriso que já teve menos preocupações e bem mais certezas.
ao amigo que fez merda mas ligou humildemente a fazer de conta que nada tinha acontecido e nós escolhemos entender isso como um pedido de desculpa e seguir em frente.
ao cão que nos escolhe para ser a muralha da sua sesta no sofá, porque somos a melhor muralha do mundo.
à pessoa que nos faz esquecer que há pessoas de merda e que nos devolve tudo o que tínhamos perdido à conta de termos crescido e conhecido o que é a vida, madrasta - que nos dá uma galáxia quando antes só tínhamos o nosso planeta solitário.
é tanto preciso amar, se amar é viver!
viver um amor maior, um amor sufocante, um amor explosivo. um amor calmo. um amor apaziguante. um amor efervescente. daqueles que arranca sorrisos e que brota flores em vasos mortos e que pinta de azul turquesa um dia sem céu. daqueles que torna os silêncios confortáveis e a comida picante o suficiente para o nosso paladar sem sal. daqueles que aprende com o tempo que ficar é sempre a solução e que ir embora é para quem não gosta de verdade. daqueles que nos tira da cama porque as borboletas no estômago nos dizem que é urgente voar - e que nos fazem voltar à cama porque é o porto seguro dos amantes.
daqueles que não se esquece, porque nunca acaba - só quando um de nós acaba.

eu acredito num amor assim.
desses que é tudo e depois nos deixa tão pequeninos, engolidos na imensidão do desconhecido, a navegar com medo pelo incerto mas sempre reconfortados porque temos um mapa, uma bússula, alguém tão fiel àquele caminho como nós. e que perder seja o melhor que nos aconteça, juntos.
acredito, mesmo, num amor assim.
que é cumplicidade e é também aprender a aceitar que o outro não seja como nós. é saber dar espaço e não deixar sozinho, é saber tomar conta e reconhecer quando precisamos de ajuda. ser humilde para pedir desculpa e ainda mais para perdoar.
eu acredito, ainda, num amor assim.
que começa por uma casualidade e nos leva a querer partilhar a beleza da vida com alguém, porque partilhar é multiplicar e não há motivo algum para amar que não seja ser mais feliz!
e depois do fogo de artifício acabar, depois da loucura que é encontrarmos alguém para amar, depois...vem o conforto. e o silêncio que partilhamos sem medo que a outra pessoa nos veja como realmente somos, porque sabemos que também a estamos a ver como ela realmente é -  e é esse risco que é tudo.

e eu, do alto dos meus vinte e cinco anos. não faço a mínima ideia do que acabei de escrever.
porque de todos os amores que vivi, se foram tantos, não o foram em pleno como este amor que acredito que exista e que enfim seja um acrescentar de felicidade à minha, no singular.
está mais do que visto que não percebo patavina desta porra.








sábado, 20 de fevereiro de 2016

de quando a blogosfera goza com a nossa cara #4

''Depois de um Amor qualquer, é preciso aprendermos a não Amar durante algum tempo. É a única forma de conseguirmos Amar outra vez.
Há pessoas que nunca param de Amar. Amam sempre e insistentemente como se o Amor fosse apenas o verbo e não a pessoa que se Ama. Nessas alturas e nessa situação, qualquer um que se atravesse na sua mira passa a ser Amado. Mas mal, claro.
Ser mal Amado é isso mesmo. Alguém nos Ama apenas porque precisa de Amar alguém, seja lá quem for, e fomos nós que nos atravessámos à frente. Podíamos ter sido atropelados por um automóvel na estrada ou ser atingidos por um raio, mas acabámos por ser Amados por um vazio maior do que o próprio vazio.
O Amor dá trabalho, porra! É preciso saber isso. Se ele estivesse ao virar de cada esquina, não era sequer Amor. Era um mero passatempo de fim de semana. Também pode ser, se tivermos noção que não é a mesma coisa.''


felizmente, noção foi coisa que nunca me faltou - obrigada universo.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

do dia dos namorados

um grande amigo meu está na merda.
um grande amigo meu, que apregoava ser racional o suficiente para acreditar que não ficamos com a mesma pessoa toda a vida, está na merda.
a relação acabou de mútuo acordo mas, percebi eu e os restantes amigos agora, sempre com a esperança (pela parte do meu amigo) de que voltassem.
a outra pessoa seguiu em frente - e um grande amigo meu está na merda.
isto quando tem de doer não importa se somos pessoas bem resolvidas, racionais, ponderadas e sensatas. isto quando tem de doer, dói e ponto final.
podemos ser a pessoa mais bem preparada e precavida, mas um terramoto tira sempre tudo do lugar e levanta terra por todo o lado: traz ao de cima o que julgávamos bem resolvido e devolve-nos, às chapadas, o que julgávamos já não ter de enfrentar.
um grande amigo meu está na merda a dois dias do dia dos namorados. e eu, como só festejei esse dia uma vez (fruto de relações que nunca o foram ou de outras que não sobreviveram o tempo suficiente para isso) e não sinto sequer a falta dele, vou lanchar com os deficientes dos meus amigos na esperança de poder minimizar a merda em que o meu amigo está.
já sabemos que não resolve nada. já sabemos que dói na mesma.
mas um grande amigo é o maior amor que podemos ter por garantido -  e se eles sempre estiveram lá para mim (e no ano passado bem que precisei), o mínimo que posso fazer é estar lá também. nem que seja para lhe dizer que tudo vai passar mesmo sabendo o quanto o processo custa. nem que seja para o abraçar por entre soluços enquanto reconhece que a relação morreu também por sua culpa. nem que seja só para estar lá. em silêncio.
porque um grande amigo meu está na merda - e não estamos todos?


sábado, 6 de fevereiro de 2016

do tempo #49

isto de ir ao supermercado, pôr gasolina e lavar o carro, tratar da roupa, arrumar a casa e cozinhar o jantar (de vez em quando, va) pode parecer muito normal para quem já tem a minha idade (e é), mas o que me faz realmente sentir velha é o ter de tratar das faturas no site das finanças,

o que vale é que tenho sempre musicas do justin bieber para me transformar, aos 25, numa pita de 15.
(não façam de conta que não dançam quando isto passa na rádio, ta? que eu bem vos vejo no trânsito. eu bem vos vejo.)







terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

do tempo #48

as memórias do facebook são uma coisa muito engraçada - menos para quem tem uma vida tão irónica como a minha.
desde lembranças de como preparei ex-namorados para casar (ou para assumirem relações super felizes quando comigo eram só e simplesmente melodramáticos) até fotos com amigos em noites de que não me lembro (mas que as câmaras não deixaram esquecer), encontro e relembro também a constatação de que, se os homens são burros, as mulheres às vezes são muito mais.
então não é que houve uma altura da minha vida em que eu não só escrevia coisas profundas e as publicava no facebook (o que já por si só é mau) como ainda permitia que pessoas que me tinham partido o coração as fossem comentar (sabendo que eram dirigidas a elas) naquele limiar do ''acabou-tudo-mas-somos-amigos'' ??!!
amigos o caralho, pah! não há cá amigos depois de alguém fazer merda!
às vezes tenho vontade de voltar atrás no tempo e dar um par de estalos ao meu eu com 20 anos.
depois penso que também teria de o fazer ao meu eu com 22. e com 24. e isso já dá demasiado trabalho e eu tenho muito com que me entreter de cada vez que o facebook resolve lembrar-me do que fiz. oh, se tenho.



não, o livro nunca aconteceu (aindaaaa), mas pelo pouco (quase nada) que sei da vida dele, ele ainda continua a desenhar.
felizmente a vida mostrou-me, três anos após este episódio e depois de eu pensar que realmente tínhamos conseguido ficar amigos (mais uma chapada ao meu eu com 23 anos), que era melhor não fazermos mais parte da vida um do outro. curioso como tudo muda. e como o facebook tem agora a diabólica tarefa de nos relembrar isso todos os dias. (chapada ao meu eu com 25 anos),



domingo, 31 de janeiro de 2016

do (próprio) amor próprio

2016

Cabelo cortado.
Sono em dia.
Uma viagem marcada.
Amigos próximos.
Férias de verão e outono semi-planeadas.
Família equilibrada.
Emprego nos trinques.
Dois concertos na lista,
Um mundo novo.
Uma pessoa nova.
Um sorriso novo, finalmente.
Novamente.
Finalmente.



For all the times that you made me feel small
I fell in love now I fear nothin' at all

[quem diria que em 2016 seriamos todos beliebers? balha-me a santa AHAHAH]






sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

das casas vazias

Há uns tempos percebi que não me conseguia lembrar da tua voz.
Por muito que tentasse simular conversas, repetir declarações, tentar até escutar o som da tua gargalhada lá no fundo do baú, percebi que já não possuía essa memória tua.
Aos poucos fui perdendo tudo: o toque, o cheiro, o brilho do olhar. Como uma casa de onde os donos se mudam e vão aos poucos empacotando caixas, empilhando momentos, embrulhando (em papel de bolhinhas daquelas de estourar) o que mais querem preservar de quedas e destroços.
Um dia a carrinha das mudanças veio e levou tudo. Sobraram só as paredes, com os pregos onde outrora havia quadros, as rachas no tecto e as manchas de humidade, a tinta a ser comida pelo tempo que teima em passar tão devagar quando o queremos acelerado.
Não sei para onde foste. E não falo fisicamente, porque disso não pretendo nem saber - decidi há muito tempo que fossemos caminhos separados, linhas de carris que correm paralelas sem nunca se cruzarem, Mas para onde foste tu dentro de mim? Não é suposto o amor ser para sempre, nem que seja só um bocadinho? Onde está tudo? Aquilo tudo?
Tenho uma caixa com memórias que nunca mais abri por já não fazerem sentido. Talvez se ainda ouvisse no eco da tua voz o meu nome, talvez tivesse saudades do que foi e tentasse revivê-lo aos poucos, nestas noites frias, abrindo a tal caixa onde (e disso ainda me lembro) está um bilhete teu que diz que me tens debaixo da tua pele, como o Sinatra.
Acho que essa é finalmente a única memória que ainda não consegui desprender de ti,  último sopro de vida: a música dele. Mas já não nos vejo aos dois a dançar na tua sala, às gargalhadas a evitar dizer o 'I Love You' no  Fly me to the Moon. (Talvez devêssemos mesmo ter evitado dizê-lo e tudo teria sido mais fácil.) Vejo duas sombras distorcidas, sem voz nem toque nem cheiro nem expressão nem nada. Foi-se tudo.
Outro dia perguntaram-me se estava bem. Estou de facto muito bem e equilibrada como não estava há muito tempo. Gosto de mim, da minha vida profissional, dos momentos com familiares e amigos e dos novos projectos. E de mim, tudo para mim neste momento.
O que mais assusta não é as pessoas que vamos separando de nós nem o facto de seguirmos em frente. Assusta sim ver os sentimentos que tudo foram desvanecerem tão rapidamente que não sabemos como vamos ser capazes de acreditar novamente. Assusta a forma trôpega como se põe fim a histórias que julgávamos tão bonitas. Se aquilo era tudo, o que é que sobra?
Há uns tempos percebi que não me conseguia lembrar da tua voz. E por muito que realmente me passe ao lado a tua memória no dia-a-dia, gostava de ter conseguido guardar com carinho o que fomos, para contar essa história aos meus (não nossos) netos, como prometemos um dia.
Infelizmente, tu não mo permitiste.
E por ter mais uma casa vazia, tenho mesmo muita pena.







sábado, 9 de janeiro de 2016

do tempo #47


so, the Killers...
awesome, hum?


a primeira vez que ouvi The Killers foi precisamente neste episódio.
passado um tempo a minha prima viciou-me no álbum e mais de dez anos depois aqui estamos nós:
dois concertos e uma tatuagem, a par de um meet&greet no backstage e mais um concerto do Mr Brandon. Shame? None.

The O.C. foi a série da minha adolescência (depois juntou-se Gilmore Girls e toda a minha paixão por Friends, mas posso dar a esta série o crédito por grande parte dos meus girly dramas).
gotta love Seth Cohen, right? 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

das coisas da vida

Era muito bom se soubéssemos sempre o que queremos, mas isso só acontece em episódios da Anatomia de Grey, depois de a Meredith gabar pela 500ª vez o cabelo do Derek, e o universo das urgências do hospital lhes parecer a menor das suas preocupações.
Regra geral, o ser humano não faz a mais pequena ideia do que lhe apetece fazer com a sua vidinha miserável, muito menos quando tem de enfrentar uma decisão totalmente decisiva. Concentremo-nos no sexo feminino:  uma mulher já tem demasiados problemas em decidir o que vestir (drama que vai da roupa interior ao calçado, passando pelos acessórios e, no caso do inverno, casacão quente o suficiente), quanto mais em decidir se lhe apetece sair com o Francisco para tomar café ou se lhe apetece construir um futuro com o Marco António. Antigamente, as decisões estavam pré-tomadas; as mulheres sofriam antecipadamente por corações partidos e deixavam-se ficar presas a relacionamentos porque, na verdade, eram umas desocupadas. Hoje em dia uma mulher inteligente e independente assusta mais um homem do que uma mulher de mini saia; imaginem, então, o que uma mulher inteligente e independente pode fazer à cabeça de um homem se usar uma mini saia. Pois, é mesmo isso: as mulheres pensam, rapazes. E não se chama feminismo exacerbado, trata-se simplesmente de não cairmos no engodo de qualquer deficiente mental que elogie os nossos olhos ou sorriso ou, verdadeiramente, decote.
Voltemos ao tema central: a mulher contemporânea não faz a mais pequena ideia do que fazer com a sua vidinha miserável. Cada dia se revela uma nova batalha, e tudo se altera num piscar de olhos. Tão depressa aceitamos um convite para jantar como nos apercebemos que afinal o que nos apetece é uma noite de copos com amigos. Tão depressa nos sentimos cheias de realização pessoal, como acordamos a sentirmo-nos vazias. Tão depressa estamos a ter uma conversa equilibrada , como damos por nós a pensar que aquela pessoa só nos traz problemas e o que mais queremos é tira-la da nossa vida. Tão depressa começamos a escrever um texto supostamente irónico e engraçado, e acabamos a pensar em todos os problemas que quisemos evitar quando começamos a escrever.
As mulheres são complicadas – mas é por tentarem simplificar tudo, a maioria das vezes.
No fundo, o que vos irrita é que nós nos tornamos iguais a vocês em muitas coisas.
Não tentem perceber-nos, não vale a pena. Nem nós nos percebemos, e mesmo quando parecemos decididas, não o estamos. Mudamos de ideias mais vezes do que a lua muda de fases; e meus queridos, o tal meio termo, tão ingrato, é o que mais ansiamos encontrar, para depois percebermos que nunca resulta.
A mulher contemporânea nem sempre é uma cabra sem coração. A mulher contemporânea habituou-se tanto a estar sozinha – culpa vossa – que agora não quer abdicar de toda a segurança que construiu, e de tudo aquilo de que se rodeou ao longo dos tempos.
Conselho: não tentem observar-nos o comportamento para depois preverem o que vamos fazer a seguir. Dependendo dos apetites, um ‘não’ pronunciado por uma mulher tanto pode significar um sim disfarçado, como pode mesmo ser um não redondo. São coisas da vida.



(este texto é de 2011 e é inacreditável o quão descompensada eu já era com 20 anos ahahah)