sexta-feira, 29 de maio de 2015

das palavras que nos roubam



''O Amor vai sempre contra nós. Por Amarmos, sentimo-nos dependentes desse Amor. Por nos sentirmos dependentes, buscamos a independência. Para buscarmos a independência fingimos que não Amamos. Como não conseguimos fingir muito tempo, voltamos ao princípio. Amamos e sentimo-nos dependentes.
Que merda!
Talvez um dia destes eu Ame alguém que me Ame exactamente da mesma forma. Era a melhor coisa que me podia acontecer, apaixonar-me de novo por aí. Desde que esse alguém fosses tu outra vez. ''



terça-feira, 26 de maio de 2015

do tempo #30

há pessoas que são feitas de merda que transborda e cria mais merda à volta delas, merda essa que vão absorver de novo para gerar ainda mais merda e assim sucessivamente.
e depois têm a lata de nos fazer sentir como se fôssemos nós os geradores de merda - era o que mais havia de faltar.

agora vou masé respirar fundo e curtir o reset feito ao pc que o deixou num brinquinho, enquanto vejo todos os episódios de séries em atraso e agradeço baixinho por certas e determinadas atitudes demonstrarem a verdadeira essência das pessoas.



[e nada melhor do que Damien Rice 
para mandar alguém foder-se de forma melódica.
até dia 6 meu querido!]



terça-feira, 19 de maio de 2015

do querer mais da vida


abri ao calhas o 'Fragmentos de um Discurso Amoroso' e percebi (claro que não) o que é afinal isto das desilusões amorosas

'CATÁSTROFE-  Crise violenta no decurso da qual o sujeito, que sente a situação do amor como um impasse definitivo, uma armadilha de que nunca poderá sair, se vê condenado a uma destruição total de si próprio.'

querido Roland Barthes, lamento informar que isto das catástrofes tende a ser mais comum do que o amor em si, mas não pode jamais apelar à autodestruição.
apela, isso sim, à autoregeneração, ao encontro com o eu (já que o nós foi com as urtigas) e à procura incessante de uma paz que nos complete.
é tudo uma treta eu sei. arranjar forças para sair da cama de manhã já é, por si só, uma epopeia. e novamente só quem já se regenerou vezes demais pode compreender o quão exaustivo é combater a ideia 'a sério que isto me aconteceu outra vez?'.

às vezes penso que nasci programada com um negativismo que corrompe à partida toda e qualquer hipótese de felicidade.
depois passa-me pela mente que a culpa é da Disney, do Shakespeare e da Jane Austen, de todos os amores épicos que nunca vi acontecerem comigo e que por isso aniquilo mal me desiludem.
momentaneamente, deixo-me preencher pela ideia de que nós - e só nós - é que sabemos o que nos completa e que encontrar o amor é encontrar quem perceba isso também sem termos de lhe explicar. não me interpretem mal, eu acredito que o amor dá muito trabalho. não acredito é que possa ser encarado como um esforço. como um frete. como um afazer.
porque para picar o ponto já basta um emprego (e todos sabemos o quão comum é trabalharmos no que não gostamos, quanto mais ter de fazer do amor um trabalho também) e quero mais da vida do que ter (e ser) uma muleta para não viver sozinha.
e isso, o querer algo com muita força, o querer mesmo, não faz de mim egoísta ou imatura ou mimada ou até mesmo conflituosa. recuso-me é a ter de pedir algo que é meu por direito e que sempre (mas sempre) dei, sem pensar que teria de o pedir em troca.
quero mais da vida, ponto. e cansei-me de ter de o explicar.




I wasn't looking when we built these walls
Let me spread my dreams at your feet
Let’s not let time’s bitter flood rise
Before my thoughts begin to run

I think I'm getting older now
...



segunda-feira, 4 de maio de 2015

da metamorfose

Quando era miúda mantinha um diário e acho mesmo que isso me ajudava a não me esquecer de quem era. Pode parecer ridiculo, mas preciso muito dessas bengalas de memória para não me deixar vencer pela metamorfose diária que é ser-se alguém.
Neste momento adorava conseguir escrever como me sinto - mas falham-me as palavras como em muitos anos não falharam, tropeçam-me os raciocínios que sempre foram tão certeiros e convictos - para não me esquecer nunca de quem era hoje, porque amanhã já vou ser outra pessoa.
Queria muito poder imortalizar, nem que fosse em palavras gastas e toscas, a pessoa que era hoje, para conseguir perceber mais tarde - quando a memória, a saudade, as mãos trôpegas à procura... quando tudo me levar ao dia de hoje- o porquê.
No entanto, apesar de me tranquilizar um pouco a ideia de que nunca compreendemos verdadeiramente razão nenhuma, continuo a fitar um caderno em branco em cima da estante.






(Já não escrevo num diário desde os 13 anos.
Não vai ser hoje que recomeço.)


sábado, 2 de maio de 2015

do tempo #29

pára. respira. pensa. .
pondera. equaciona. alterna. acrescenta. modifica. repõe. define. retira. colmata. 
pára. respira. decide.