sábado, 11 de julho de 2015

de volta #2

voltei de férias e, após um qualquer colapso emocional que não consigo explicar muito bem, acho que entrei finalmente na minha fase zen.
não falo propriamente de uma fase zen por consequência do cansaço, porque todos nós sabemos que essa fase é mais depressiva do que propriamente resolvida e que nos vem iludir nos primeiros tempos para depois resultar nos tais colapsos acima mencionados.
falo sim de uma fase em que aceitei as consequências das minhas escolhas. percebi (novamente) que muitas vezes não há de facto justificação para o que nos acontece, nem há regras ou motivos ou sequer más intenções.
as pessoas são bombas relógio.
passamos grande parte do tempo à procura de um tique-taque que se nivele com o nosso, que nos ritme os dias e faça o sol brilhar um pouco mais, até percebermos um belo dia que o nosso tique taque está a ficar atrasado, que a outra pessoa tique-taqueia freneticamente, que pode - e vai - explodir a qualquer momento. nunca o poderíamos ter previsto, nem a pessoa nos podia ter alertado para tal. somos bombas relógio programadas para explodir mas nenhum de nós sabe quando nem porquê.
preciso muito de acreditar que nada do que vivi, todos estes anos e em todas estas (des)ilusões, foi em vão. preciso de escolher pensar que tudo fez de mim o que sou hoje, ainda que isso implique não gostar propriamente da pessoa que sou agora.
o trabalho, nesta fase, é mudar tudo o que me parece inadequado, despir todos os trapos que já não me servem e acolher novos hábitos que me preencham. percebi que, regra geral, somos egoístas ao ponto de sentir saudades daquilo que vivemos e não da pessoa com quem o vivemos. talvez isso queira dizer alguma coisa, afinal de contas. talvez o motivo do fim resida então em todo esse amor que não sabemos se 'foi'.
sempre admirei pessoas que tinham imensas certezas, quando eu inevitavelmente me deixei sempre cercar por dúvidas. neste momento, deixei de fazer questões. as dúvidas estão numa gaveta, e ai de quem me venha dar respostas sem eu perguntar.
escolhi aceitar pacificamente tudo o que passou, sem espernear ou questionar ou bradar aos céus que todo este processo, este luto das memórias e dos cheiros e dos toques e dos sítios e dos risos e das músicas, passe. ele vai passar mas eu é que tenho de passar por ele primeiro.
'posso perfeitamente viver sem ti, a diferença é que escolho não o fazer, porque não quero.'
talvez estas palavras, esta minha tosca forma de amar, ainda precise muito de crescer e aprender e limar todas as suas arestas para finalmente tique-taquear em simultâneo com alguém.
por agora, ando desarmadilhada. e muito zen.

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