quarta-feira, 9 de abril de 2014

do tempo #13

Há histórias incríveis que habitam o nosso imaginário e, pior (melhor?) do que isso, histórias que de facto se concretizaram na vida real. Há pessoas que têm queda para todo o tipo de coisas estrambólicas, enquanto a outras está reservada a pacificidade de ser feliz. Ambas as circunstâncias não deveriam ser incompatíveis, mas nunca vi uma mulher estrambólica pacífica, nem uma moça sossegada com histórias para contar, por exemplo.


Dizia-me uma amiga no outro dia que um amor de há quatro anos se achou no direito de a desenterrar do esquecimento, para depois a fazer sentir que não era a ela que ele desejava. Ora, que grande merda. Os homens têm muitas (demasiadas!) vezes essa capacidade distorcida de nos fazerem acreditar neles, após muitos esforços, para depois nos provarem que estivemos sempre certas em duvidar desde o início. 
A mim, que já me aconteceu de tudo o que se possa imaginar – sou uma das mulheres estrambólicas da primeira categoria – ainda me falta encontrar um homem que seja sincero sem qualquer tipo de segundas intenções. Ninguém é preto no branco, honesto e resolvido a vida toda: as pessoas têm fases, são moldadas pelas circunstâncias, por paixões, ódios e desejos… e, a maioria das vezes, pelo seu ego gigantesco… Mas de tudo o que já me aconteceu, falta-me mesmo encontrar um homem sincero. Um que consiga, como me disse um grande amigo no outro dia quando falava d’O Amor, aceitar os meus defeitos em vez de os perdoar. E, mais importante do que isso, partilhar os seus defeitos comigo em vez de os esconder. 
Parece tão simples, não parece? O problema é que a maioria das vezes, estrambólicas ou pacíficas, as pessoas são maioritariamente cobardes. E isso é uma valente filha da putice.



And now all your love is wasted
So who the hell was I?

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