sabem aquela sensação de que toda a gente conhece toda a gente?
por exemplo no meu caso, a ex de um ex costumava frequentar o bar onde uma amiga trabalhava, amiga essa que por sua vez, meses mais tarde e sem saber, foi galada por um outro rapaz que eu conheci por intermédio de uma rapariga que trabalhou comigo. neste momento, a patroa dessa mesma minha amiga já trabalhou com a minha mãe, cujo colega de trabalho é ex-marido de uma colega minha de trabalho. ainda não perceberam? ninguém está a salvo! e isto talvez explique o porquê de eu há uns anos eu ter ido de férias para Cerveira e dar de caras com a então namorada de um rapaz por quem estava completamente apaixonada na altura.
só não entendo porque é que, sendo assim, ainda não conheço a júlia pinheiro. vida ingrata.
(props à A. por me ter explicado esta maravilha: click.)
Passamos a vida a falar de sinais, como se eles nos pudessem de facto preparar ou alertar para algo.
Sinais de que ele está interessado em nós, sinais de que ele não está nada interessado em nós, sinais de que nos trai, sinais de que vai pedir-nos em casamento em breve ou sinais de quem nos vai deixar em breve. Sinais de quem está feliz, sinais de quem está miserável. Sinais de quem está a precisar da nossa ajuda ou sinais de quem quer ficar sozinho.
Sinais - a vida toda a sermos bombardeados com sinais. Tranquilizam-nos, pelo menos? Nope. E querem dizer o quê, afinal de contas? Que alguém estabeleceu e conjugou um conjunto de elementos de forma a prepararem-nos para a vida? Se ele está ausente e chega tarde do emprego, é porque tem outra? Ou será que por nos oferecer um ramo de rosas, se sente culpado porque também tem outra? Incrivelmente, coisas muito distintas podem ter o mesmo significado, de acordo com estes ''sinais''.
São três e meia da manhã e eu acabei de ter uma epifania tão engraçada que, pelo sim pelo não, vou confiar apenas em sinais de trânsito e outros demais a que as instituições me obriguem. Quanto a todos os restantes... bite me.
e além de isto que me disseram no outro dia fazer um sentido do caraças, como dizia o senhor Albert Camus: não podemos criar a experiência, temos mesmo de a viver, de passar por ela (antes que ela passe por nós).
''Os desgostos de Amor são óptimos, ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa. Aliás, no que se refere ao Amor só há uma coisa melhor: os gostos de Amor. Tudo o que não é um gosto nem um desgosto, é estar ausente da vida. É mau. Os desgostos de Amor, aliás, são mais difíceis de esquecer do que os gostos. Um gosto de Amor, que já o foi mas já não é, gastou-se. A sua memória é idêntica à duma fotografia na parede. Está morta, apesar de sabermos que já viveu. Pelo contrário, um desgosto de Amor torna-se saudade assim que nasce. É também assim que se mantém durante muito tempo, talvez até para sempre. Está vivo. Quem se considera vítima por ter um desgosto de Amor é porque nunca teve um gosto de Amor a sério. Não faz mal. De um gosto de Amor a sério nunca desistimos. Vale a pena continuar a tentar.''
Há histórias incríveis que habitam o nosso imaginário e,
pior (melhor?) do que isso, histórias que de facto se concretizaram na vida
real. Há pessoas que têm queda para todo o tipo de coisas estrambólicas,
enquanto a outras está reservada a pacificidade de ser feliz. Ambas as circunstâncias
não deveriam ser incompatíveis, mas nunca vi uma mulher estrambólica pacífica,
nem uma moça sossegada com histórias para contar, por exemplo.
Dizia-me uma amiga no outro dia que um amor de há quatro
anos se achou no direito de a desenterrar do esquecimento, para depois a fazer
sentir que não era a ela que ele desejava. Ora, que grande merda. Os homens têm
muitas (demasiadas!) vezes essa capacidade distorcida de nos fazerem acreditar
neles, após muitos esforços, para depois nos provarem que estivemos sempre
certas em duvidar desde o início.
A mim, que já me aconteceu de tudo o que se possa
imaginar – sou uma das mulheres estrambólicas da primeira categoria – ainda me
falta encontrar um homem que seja sincero sem qualquer tipo de segundas
intenções. Ninguém é preto no branco, honesto e resolvido a vida toda: as
pessoas têm fases, são moldadas pelas circunstâncias, por paixões, ódios e
desejos… e, a maioria das vezes, pelo seu ego gigantesco… Mas de tudo o que já
me aconteceu, falta-me mesmo encontrar um homem sincero. Um que consiga, como me
disse um grande amigo no outro dia quando falava d’O Amor, aceitar os meus
defeitos em vez de os perdoar. E, mais importante do que isso, partilhar os
seus defeitos comigo em vez de os esconder.
Parece tão simples, não parece? O
problema é que a maioria das vezes, estrambólicas ou pacíficas, as pessoas são
maioritariamente cobardes. E isso é uma valente filha da putice.
And now all your love is wasted So who the hell was I?
''só de pensar em tomar um café contigo parece que senti aquele cheiro a café que sabe tão bem logo de manhã, sabes? só tu para me pores a valorizar uma coisa que tomo todos os dias!''
aquele momento em que recebemos uma mensagem da primeira pessoa com que dormimos e quando abrimos para ver... é uma fotografia do sítio onde estivemos a primeira vez.
pelos vistos, o tempo passa e as coisas ficam.
às vezes juro que não consigo entender a candura de certas pessoas.
aquele momento em que nos dá vontade de eliminar elementos do sexo feminino do nosso facebook por diariamente conspurcarem o nosso feed com alterações de foto de perfil - que por acaso são sempre as mesmas.
escolham um provérbio. à primeira metade do provérbio acrescenta-se a expressão ''debaixo dos lençóis'', sendo que à segunda vamos acrescentar a expressão ''no meio das pernas''. exemplos? água mole em pedra duradebaixo dos lençóis, tanto bate até que fura no meio das pernas. ou mais vale tarde debaixo dos lençóis, do que nuncano meio das pernas.
ou ainda diz-me com quem andas debaixo dos lençóise dir-te-ei quem és no meio das pernas.
muita coisa escapa do controle dos seus intervenientes: as próprias circunstâncias podem fazer de alguém honesto um mero ladrão. mas, se assim o é, será que o ladrão algum dia foi honesto?
seremos nós seres unilaterais ou uma composição estranha de azulejos quebrados, rarefeitos, compostos de forma retorcida e que dificilmente alguém conseguirá decifrar?
a sexualidade é, de facto, a nossa arma mais poderosa: uma mulher pode ter o que quiser de um homem, se o quiser. ainda assim é importante relembrar: pela boca morre o peixe.
(finalmente um bom filme - dois filmes, aliás - sobre sexo.)