quarta-feira, 27 de novembro de 2013

do poemas que nos roubam

nunca escrevi sobre a verdade
se a mentira é tão mais cobarde
e custa, e mata
e revolta, e arde
assentar em papel
o que morreu
- e morreu tarde!
e minto, e culpo
e oculto, e esqueço
que não me olhes mais 
é o que te peço
se ser feliz é tudo 
o que eu mereço
salva alguma dignidade
se não te vale carácter nem idade
ao menos que no fundo desse poço
te fique gravado
e impresso, e dito
(e em mim tatuado)
essa triste história, esse triste fado
de espada em riste, o principe malfadado
prometeu salvar o reino encantado!
ao menos que os anos tragam a saudade
a memória, a ideia, a vaga vontade
de seres para alguém a mentira 
que tantas vezes me juraste verdade.


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