quinta-feira, 4 de julho de 2013

das conversas

Esperamos tanto tempo por um encerrar de capítulo que quando ele acontece não lhe sabemos reagir.
A conversa que deveria ter acontecido há mais de três aconteceu ontem, apesar de repetidas vezes eu ter dito a mim mesma que não iria esperar por ele.
Mas, por muito que queiramos ser fortes e inabaláveis nas nossas decisões, há sempre algo maior que nos faz ceder. O respeito pela história, pelos quase dois anos, pelo passado, pela pessoa de quem tanto gostámos e a quem tanto demos de nós. A oportunidade de finalmente dizer tudo aquilo que ficou entalado. A oportunidade de ouvir alguém que durante quase dois anos nada mais fez senão ficar apático face a todos os problemas.
Eu achava que precisava desta conversa para seguir em frente sendo uma pessoa menos má.
Eu achava que precisava de falar, de ouvir, de cuspir tudo e tentar perceber o motivo paras as coisas terem acabado assim, de forma a não ficar ainda mais amarga e não aumentar a minha lista-negra-de-pessoas-a-decapitar-num-futuro.
Ontem quando ele pediu para falar comigo eu não sabia se fizia bem em abrir novamente a caixa de pandora - mas achei que preferia fazer isso agora do que deixar sempre a caixa entreaberta... Porque ninguém me conhece melhor do que eu mesma para saber que preciso de uma resolução, de arrumar as gavetas... Porque só desta forma é que vou realmente conseguir, daqui a muito muito tempo, olhar de forma bonita para tudo o que se passou.
No entanto, a conversa, apesar de ter corrido da melhor forma, de tudo ter sido dito, de eu ter ouvido o pedido de desculpas que merecia, não teve o efeito desejado. Por que ocorreu fora de tempo e, nos entretantos, fui magoada ainda mais... E por muito que queira ser capaz de dar a outra face, vou continuar com a mesma postura que assumi até aqui - a postura de quem não quer ter mais nada a ver com aquela pessoa. Talvez um pouco mais leve por ter dito o que queria para fora da minha cabeça. Talvez um pouco mais certa de tudo, agora.
No fundo é tudo uma questão de timing, seja nas relações ou no fim delas.
E agora é a vez do tempo fazer, finalmente, o seu trabalho.

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