durante muito tempo tive muito medo de ficar sozinha.
de crescer torta para as emoções, enfiada na minha carapaça, e de acabar sozinha num T0 com colecções de figuras de porcelana e dois gatos a miar desgraçados pela falta de comida (fruto do meu desleixe latente combinado com o castigo imposto por os felinos me causarem alergias intermináveis).
durante muito tempo tive muito medo. ponto. medo de não corresponder ao que esperavam de mim, de não conseguir agarrar os sonhos todos que teimavam em me fugir pela idade que crescia depressa demais, de acordar um dia e saborear o terrorifico vazio de tudo ter sido em vão. medo.
acordei hoje a desejar matar o meu telemóvel, culpa do despertador, como se ele realmente fosse um ser vivo, tão evoluidas são as tecnologias hoje em dia.
remelas e olheiras à parte, acordei feliz.
com imensas saudades dele, mas a sentir-me viva, ainda que meia adormecida pela falta de horas decentes de descanso.
é tão bom sentir saudades quando sabemos que é por um tempo determinado.
dá-nos aquela certeza de que o amor é forte, seguro, estável, e de que voltará para nós, qual boomerang.
estas saudades que sentimos são, no fundo, uma outra forma de medo: nunca temos a certeza de nada, muito menos no amor, e a pior sensação do mundo é ficarmos saudosistas por um tempo que não volta.
agora as saudades do presente... essas! essas são a melhor constante do amor e a única certeza que trago comigo: fazes-me falta, meu bem. até já.
Bom dia!
ResponderEliminarDevemos sempre procurar a dose diária de felicidade sem pensar no dia de amanhã, viver o presente e a felicidade que ele nos trouxer!