segunda-feira, 23 de março de 2020

da quarentena

E no meio de uma pandemia mundial, a vontade de escrever voltou a surgir.
Não pelo medo do fim, nada disso, não temam. Ou melhor, não paniquem.
Porque temer é natural e é também um excelente combustível. Permite-nos sair da zona de conforto, ainda que muitas vezes à força de ter de fazer algo e não saber bem o quê.
A vida foi passando, a rotina tomou conta, eu não sou claramente a mesma pessoa que escreveu aqui pela última vez há mais de dois anos.
Mas se houve coisa que prevaleceu em mim foi a preguiça e, santa paciência, não ia criar outro blog quando este ainda se mantinha vivo.
Por isso vamos lá: como está a ser o vosso isolamento social/quarentena? Ganda volta que deu 2020, hein?

Ora, eu nestas semanas tenho evitado pensar em demasia. Não tenho feito grandes planos nem pensado no futuro. Evito ver muitas notícias (só comunicados oficiais do governo e alguns telejornais) e recusei por completo todos os convites para grupos de facebook onde se debata (e se minta) o novo corona virus.
Por outro lado também não queria ceder totalmente ao ócio - até porque como muitos milhares de portugueses, estou neste momento de escritório montado na minha sala de estar - por isso optei por redireccionar a minha energia para um misto de culinária, exercício físico, dormir e limpezas (ainda hoje varri literalmente a cozinha a lixívia). Estou agora a tentar ganhar coragem para me aventurar por novos territórios - talvez comece por uns exercícios de meditação ou uns cursos online.

Quando isto acabar, se tudo correr como o esperado, vou saber mudar pneus, fazer origamis e arranjos florais e falar mandarim.
Talvez se mais pessoas soubessem falar mandarim isto não tinha chegado a este ponto ... brincadeirinha.

Cuidem-se! E fiquem em casa *

domingo, 21 de janeiro de 2018

do primeiro post do ano

parece que só cá volto quando estou prestes a abalar.
deve ser medo (inconsciente) que o avião não aterre em segurança e não sobre nada orgânico para pautar a minha existência.
amanhã lá vou eu enfiar-me novamente numa lata de sardinhas voadora para mais um cantinho desconhecido da Europa. a companhia é boa, o frio é muito e a vontade de espairecer chega e sobra.
nos entretantos hoje andei nas arrumações da caixa de e-mail e fui dar com itens enviados desde 2010 - está-se mesmo a ver que não foi bonito, não é?
sempre fui cachopa complicada de escrever muito quando entrava em stress (e constatei que ainda me envolvi com pessoas mais complicadas que escreveram que chegasse...) e a prova de que a minha vida não podia estar mais calma e pacífica, é que não tenho aparecido por aqui.
embrace it, girl: cresceste. o coração já não salta pela boca fora porque arranjou espaço por onde existir, sem ter de se contorcer na cama a puxar a ponta do lençol outrora roubada. já não há necessidade de escrever como catárse, porque não há dor que precise de ser canalizada.
que caraças, e agora faz-se o quê? ahahahahah.


p.s.: uma das resoluções secretas de ano novo é a de escrever mais este ano. e se não o vou fazer como bode expiatório, terei de aprender a fazê-lo no meio deste casulo calmo e oceano pacífico.
'bora lá sair da zona de conforto!

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

dos fins de semanas em pleno

a cerca de um mês e meio de terminarmos o ano - e com um balanço muito positivo relativamente a passeios e devaneios, contando mais de 8 novas cidades visitadas - vou embarcar na última escapadinha de 2017.
um fim de semana prolongado num destino provavelmente improvável, na melhor companhia e com muiiiiito frio à mistura.
como qualquer uma das minhas férias, não seriam férias sem nada para criar uma pequena agitação: nada em que uma greve dos controladores aéreos franceses a dificultar a passagem de aviões não ajude.
se tudo correr bem, volto com o coração cheio e e pronta para combater o frio :D

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

das modernices

ter quase 30 anos é do caraças.
chamem-me fatalista, mas para mim tudo o que seja depois dos 25 já implica uma dose de vida adulta superior à que eu consigo lidar.  é horários para tudo e tempo para nada, é ficar preso no trânsito e adormecer a ver um filme, é fazer listas de supermercado e marcar jantares com semanas de antecedência a ver se finalmente conseguimos reunir os amigos à volta de uma mesa.
por outro lado, é toda uma vida pouco real que nos passa pelas mãos e da qual não provamos o verdadeiro sabor.
esta nova geração, tão dependente de redes sociais e tão sozinha de afectos, que faz swipe para a direita no tinder mas não toma café com estranhos, que bebe batidos com spirulina e leite de amêndoa e faz encomendas na prozis e publica no instagram os 5km que correu à beira-mar no domingo passado, esta geração tão nossa, cada vez mais distante do que importa e mais sedenta de uma vida que não é a sua - esta nossa geração, tão sozinha, tão calada, tão vergada aos costumes modernos e ao que está supostamente in ou out, tão desligada da ficha e tão dependente de wifi como de ar para os pulmões.
às vezes panico ao pensar que deveria estar a fazer algo de mais importante com a minha vida - depois faço umas panquecas de aveia com framboesas, publico no instagram com um filtro favorável, saio para ir ao ginásio correr os meus 3km e faço mais uma publicação com o hashtag 'no pain no gain' e a sensação de inutilidade transforma-se num vazio semi-preenchido de inutilidades satisfatórias.
já disse que isto de ter quase 30 anos é do caraças?

domingo, 24 de setembro de 2017

das boas notícias

recebi ontem uma noticia tão mas tão boa e tão mas tão inesperada que estou em pulgas para poder partilhar com toda a gente. fiquei tão feliz, caramba! e nem sequer é nada que me envolva directamente, mas adoro ver os que amo felizes.
e já não chorava de felicidade há tanto tempo! once pita chorona, always pita chorona.


domingo, 6 de agosto de 2017

d'o amor é fodido

«Os anos passaram. Mas levaram-me com eles. Podiam ser como as águas, que puxam pela terra e arrancam o lixo. Mas os anos nada fizeram. Ficou tudo com eles. Até o mais pequeno pormenor. 
(...)
'' Amo-te tanto.'' Sempre essa palavra - tanto.
E a pergunta ao outro, a quem parecia tão pouco: Mas quanto?»


não o suficiente.







O Amor é Fodido, Miguel Esteves Cardoso

sexta-feira, 28 de julho de 2017

da mente sã em corpo (meio) são

Sabem aquela sensação de acordar cedinho pela manhã e querer ir correr para relaxar? Nunca tive.
Mas há que referir que de facto isto de fazer mais desporto nos últimos tempos tem contribuído para que a minha alma sossegue, a minha paciência aumente e a minha saúde melhore.
Custa levantar o rabo da cama - principalmente para quem, como eu, raramente o deita a horas normais - mas todos sabemos o bem que faz a vários os níveis.
Amanhã de manhã lá vou eu de novo - e estou de folga, agora imaginem.
Isto dos deuses me terem feito com um palminho de cara e alguma inteligência mas me terem amaldiçoado com o metabolismo mais preguiçoso do universo não está com nada.
É isso e gostar de comer. Se calhar é mais isso.


sábado, 17 de junho de 2017

dos três anos que passaram

liability
a person or thing whose presence or behaviour is likely to put one at a disadvantage.




They say, "You're a little much for me
You're a liability
You're a little much for me"
So they pull back, make other plans
I understand, I'm a liability
Get you wild, make you leave
I'm a little much for
E-a-na-na-na, everyone

They're gonna watch me
Disappear into the sun
They're gonna watch me
Disappear into the sun.

quarta-feira, 22 de março de 2017

do voltar (onde se foi feliz)

há qualquer coisa na cidade de Barcelona que me deixa sempre incrivelmente alegre.
visitei a cidade pela primeira vez em 2010, num lusco fusco de 12horas com direito a pequeno almoço, passagem pela sagrada familia, entrada no park guell, almoço, passagem pela la pedreda e batló e fim do dia nas ramblas e no hard rock da praça da catalunha.
da segunda vez, em 2012, consegui explorar a cidade até ao mar, subir a montjuic, perder-me no bairro gótico e ver cada detalhe da lindíssima batló. dizem que à terceira é de vez e sim, foi só nesta visita que entrei finalmente na sagrada família: não cometam o mesmo erro - é um dos maiores tesouros europeus inacabados e deixou-me o coração tão cheio que vou hoje trabalhar com um enorme sorriso.



nenhuma cidade se resume a um único monumento, mas conhecendo já as principais capitais europeias e mais uns quantos recantos, posso afirmar que encontrei na sagrada família os pulmões deste velho continente. e quão belo é poder inspirar tanta vida de uma vez só.



sábado, 18 de março de 2017

dos amores de infância



o novo filme é tão tão tão bom que só me apetece voltar a vê-lo vezes sem conta!
estou completamente apaixonada :)



tale as old as time
song as old as rhyme
beauty and the beast  🌹